Às vésperas do primeiro turno das Eleições 2018, no próximo dia 7 de outubro, o Bispo de Lajes (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Guilherme Werlang, chama a atenção para aspectos que devem ser considerados para um voto consciente nas urnas eletrônicas. Em referência à polarização presente no processo das eleições deste ano, o bispo defende que o eleitor não pode pautar-se pelo ódio. “Precisamos de um voto que demonstre que queremos construir e ultrapassar este momento de grande crise que estamos vivendo”, defendeu.
O voto deve ser independente O primeiro aspecto, na avaliação de dom Guilherme, é que o voto não deve ser induzido, como o voto de cabresto, prática muito comum no Brasil, nos tempos do coronelismo. “Apesar das fake news e mentiras que circulam nas redes sociais, o eleitor deve ser consciente e ter a sua própria opinião e independência. Existe uma grande força de manobra sobre os votos”, disse.
O voto precisa buscar o bem comum da Nação brasileira “O voto é uma manifestação individual de cada cidadão e cidadã, tendo em vista ganhos não apenas para si mas para a nação brasileira”, reforça. Segundo o prelado, o voto deve ser dado pensando o bem comum. A nossa forma de governo é “Republicana”, embora existam interesses nacionais e internacionais agindo sobre o Brasil. Numa República, os interesses coletivos devem-se sobrepor aos interesses pessoais ou de pequenos grupos”.
O voto precisa estar atento ao Executivo e ao Legislativo Dom Guilherme chama a atenção que o foco das eleições recai muito nos cargos do executivo (governadores e presidente). Para ele, neste momento, o voto no legislativo precisa ser muito bem pensado e amadurecido. “Um governador sem assembleia legislativa não governa. Um presidente ou uma presidente da República sem o Congresso Nacional (Câmara e Senado) também não governa. Só em ditaduras isso seria possível”, alerta.
O voto não pode ser pautado pelo ódio O presidente da Comissão Pastoral para a Ação Social Transformadora argumenta que é necessário o voto se revestir de um caráter positivo, no sentido de construção e não um voto de rejeição e protesto. “O voto de protesto fechou a urna acaba ali mesmo. Precisamos um voto que demonstre que queremos construir e ultrapassar este momento de grande crise que estamos vivendo”, defendeu.
O voto precisa expressar a Esperança O eleitor, em meio ao processo político, precisa conceder um voto de esperança em dias melhores. Na avaliação do religioso, o voto não pode ficar só no dia 7 de outubro, ou depois no segundo turno, onde houver. Ao votar, o eleitor e a eleitora precisam se comprometer a acompanhar os quatro anos de mandato daqueles em quem votou.
Fonte: Site CNBB
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